Orisha: Oduduwá (Oduá, Odúduá)

  • Sincretismo católico São Manoel.
  • Celebração: 1º de janeiro
  • Vestimenta: Branca com adereços prateados.
  • Miçangas: Opalas, com coral, madrepérolas e marfim.
  • Ferramenta ritual : Cabaça fechada.
  • Sacrifícios: Bodes e cabras, galos, galinhas, pombos e galinhas d’Angola, todos brancos.
  • Tabu: Promiscuidade sexual.
  • Número ritual: 16

Oduduwá é um orisha um tanto quanto controvertido. A divindade original, Oduá, acompanhou Obatalá à Terra. Embora a maioria coincida em dizer que foi a sua concubina, outros a colocam como sendo um aspecto feminino, ou complemento, de Obatalá. Em algum ponto da história, um poderoso guerreiro do Norte chegou ao país ioruba, conquistou-o, e eventualmente instalou a si mesmo como o primeiro Oní ou rei de Ilé Ifé. Este guerreiro é Oduduwá, considerado por muitos o progenitor da raça ioruba e o ancestre do qual, todos os reis de Ifé reivindicam descender, até nossos dias.

Como no caso de Shangó, a popularidade de Oduduwá ofuscou a de Oduá, a divindade original. Depois da morte de Oduduwá, indubitavelmente este passou a ser muito mais reverenciado que a divindade original, em razão de seus méritos como guerreiro, a adoração de Oduá foi banida pela veneração ao guerreiro. O resultado é um tipo de sincretismo entre Oduá e Oduduwá, em que as duas divindades fundem-se para formar uma única. A mais forte absorveu a mais fraca. É por isto que os Lukumis consideram Oduduwá um orisha masculino. Acredita-se que haja mais do que cento e vinte de suas qualidades.

Possivelmente pelo sincretismo com São Manoel, em Cuba, Oduduwá tem o título de “Rei dos mortos”. É um orisha estreitamente ligado à vida e à morte. Na tradição Lukumi, quando é tempo de um ser humano retornar ao orún, Oyá vem para conduzir a alma ao além. Babaluaiyé leva o cadáver às portas do cemitério, onde Oba “documenta” sua chegada. Boromú e Borosiá levam o cadáver à tumba, onde Yewá o põe a descansar, e Oduduwá leva adiante o processo de putrefação, poupando apenas os restos do esqueleto.

Oduduwá é o mais respeitado e poderoso orisha na prática Lukumi. Assim como para Obatalá, a quem está muitas vezes ligado, as oferendas para Oduduwá são levadas aos pés de uma colina ou montanha, e devido à sua relação com a morte, também aceita oferendas no cemitério ou enterradas no solo. Seus omó são ao mesmo tempo ordenados diretamente a Obatalá ou através deste. De qualquer modo, a iniciação neste culto torna-se um fenômeno raro.

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