Orisha: Babaluaiyé (Babalú Ayé)

  • Sincretismo católico: O popular São Lázaro, adorado por milhões em Latinoamérica e ainda não reconhecido oficialmente pela Igreja como santo.
  • Celebração: 17 de Dezembro
  • Vestimenta: Carmesim e de estopa.
  • Miçangas: As cores dependem das qualidades, ainda que a maioria use contas brancas rajadas de azul, enfeitadas com contas de coral e de azeviche.
  • Ferramenta ritual: O “já”, cetro semelhante a uma vassoura, elaborado com as nervuras das folhas novas do coqueiro.
  • Sacrifícios: Bodes, codornas, galos, pombos e galinhas d’Angola.
  • Tabus: Sementes de sésamo e cascas de amendoim.
  • Números rituais: 7, 17

É o orisha da varíola, da lepra e de toda doença contagiosa, é num sentido mais amplo, a divinização da doença. Para muitos, Babaluaiyé é a Cólera Divina de Olodumare que, uma vez liberada, freqüentemente se torna incontrolável. Na África, este orisha é respeitado e temido por se acreditar que provoque grandes epidemias. Em Cuba, parcialmente influenciado pelo paralelismo com São Lázaro, é solicitado para provocar doenças e epidemias.

Notadamente em Cuba, os Ararás (de origem Ewe Fon) são mais versados nos rituais deste orisha que os Lukumis (de origem ioruba), de vez que se acredita ter o Babaluaiyé adorado no Daomé (atual Benin), migrado à Iorubalândia.

Babaluaiyé é considerado o padroeiro dos pobres e dos desolados. Habitualmente vagueia sozinho pelas florestas. Em algumas localidades iorubas, quando entra na cidade, aspergem água ao ar livre para apaziguar sua fúria. Em Cuba, quando as canções de Babaluaiyé são entoadas em um wemilere ou bembé, derrama-se água no solo e todos os presentes umedecem a ponta dos dedos para depois ungirem suas testas. Em Matanzas, os omó de Babaluaiyé são ordenados diretamente em seu culto, conquanto isto não ocorra em La Habana, onde os omó são ordenados também para Yemojá ou para Obatalá, após terem se consagrado a Babaluaiyé.

Há dois orishas femininos relacionados com Babaluaiyé: Nanúme—sua mãe, e Naná Burukú—sua esposa (detallada mais adiante). A primeira, também está associada à contenção de doenças contagiosas, especialmente de úlceras ou lesões da pele. Também está associada com o câncer e acredita-se que mantenha a doença sob controle. Nanúme recebe sacrifícios de cabras, galinhas, pombas e galinhas d’Angola. Veste roupas pretas ou de estopa e é sincretizada com Santa Marta. Não se tem registro de nenhum omó direto de Nanúme.

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